Seguro obrigatório em crédito com garantia de carro

Por Casa Protegida

16 de junho de 2025

Quem está em busca de crédito com garantia de veículo pode até se surpreender ao descobrir que o seguro automotivo entra como parte fundamental do processo. Isso mesmo — em muitos contratos, o carro só pode ser usado como garantia se estiver devidamente segurado. E não estamos falando do DPVAT (aquele antigo seguro obrigatório), mas sim de um seguro veicular completo.

O motivo é simples e direto: o carro é a garantia do empréstimo. Se ele for perdido em um acidente, roubado ou tiver perda total, a instituição financeira precisa de uma proteção para não ficar no prejuízo. É aí que entra o seguro obrigatório, como um escudo que protege ambas as partes em caso de imprevistos.

Muita gente não sabe disso e acaba esbarrando nessa exigência na hora de formalizar o contrato. E dependendo da apólice, pode até atrasar a liberação do crédito. Por isso, é essencial entender como o seguro se encaixa nessa dinâmica, quais são as coberturas obrigatórias, e o que você pode — ou não — negociar com a financeira.

Neste artigo, vamos destrinchar esse assunto que passa batido por muita gente. Desde a obrigatoriedade do seguro até a escolha da seguradora, passando pelos impactos no valor final do empréstimo com garantia de veículo. Porque sim, é mais um detalhe importante que não pode ser ignorado.

 

Por que o seguro é obrigatório em empréstimos com garantia?

A principal função do seguro nesse contexto é garantir que o bem dado como garantia permaneça íntegro durante a vigência do contrato. Afinal, se o carro é o que assegura o pagamento do empréstimo, não faz sentido que ele esteja vulnerável a riscos como roubo, colisão ou incêndio — que podem causar perda total.

Do ponto de vista da instituição financeira, o seguro funciona como uma rede de proteção. Se acontecer alguma coisa com o veículo, ela pode acionar a seguradora para ser indenizada, sem depender do cliente. Já para o tomador do crédito, o seguro também oferece tranquilidade — ninguém quer perder o carro e ainda continuar devendo.

Essa exigência aparece com frequência nos contratos e, em alguns casos, a financeira até sugere (ou impõe) o uso de uma seguradora parceira. Importante: o cliente tem o direito de escolher a seguradora, desde que a apólice atenda aos requisitos mínimos do contrato.

Portanto, quem quer entender como fazer empréstimo com o carro precisa considerar também o seguro como parte obrigatória do processo — e não um gasto opcional ou extra.

 

O que a apólice deve cobrir obrigatoriamente

Não adianta contratar qualquer seguro. A apólice precisa atender a exigências específicas do contrato de crédito, e geralmente isso envolve cobertura contra roubo, furto, colisão e perda total. Em alguns casos, também é solicitado que a cobertura inclua terceiros — o famoso RC (Responsabilidade Civil).

Outro ponto essencial é a cláusula de beneficiário. Isso mesmo: o contrato de seguro precisa prever que, em caso de sinistro, a indenização será direcionada — total ou parcialmente — à instituição financeira. Essa cláusula é chamada de “cláusula beneficiária” ou “endosso de garantia”, e garante que o valor seja utilizado para quitar a dívida.

Se o cliente já tem um seguro ativo, pode ser necessário apenas ajustar a apólice para incluir esse endosso. Mas se ainda não tiver, terá que contratar um seguro novo antes de assinar o contrato de crédito com garantia de automóvel quitado. Em muitos casos, o valor do seguro já é somado ao custo total do empréstimo.

Pode parecer burocrático, mas é uma medida de segurança para todos os envolvidos. E, convenhamos, proteger um bem valioso como o carro nunca é demais — ainda mais quando ele está atrelado a um compromisso financeiro.

 

Quem escolhe a seguradora: o cliente ou a financeira?

A regra é clara: o cliente tem direito de escolher a seguradora. Mas — e aqui vai o porém — o contrato pode impor critérios técnicos mínimos que precisam ser atendidos. Em algumas situações, a financeira oferece um seguro próprio ou de um parceiro, o que pode ser mais prático, mas nem sempre é mais vantajoso.

Quem decide usar carro como garantia de empréstimo precisa comparar. Pode ser que a seguradora oferecida pela financeira tenha um valor competitivo e agilidade no processo. Mas também pode acontecer o contrário: apólices mais caras ou com coberturas desnecessárias.

Se optar por contratar o seguro por conta própria, é importante verificar se a apólice vai atender exatamente o que está exigido no contrato de crédito. Qualquer falha nesse ponto pode atrasar a liberação do empréstimo ou gerar uma negativa por parte da instituição.

Dica extra: peça tudo por escrito. As exigências da financeira, os critérios de aceitação da apólice e a autorização para escolher a seguradora devem estar formalizados para evitar surpresas. Transparência nessa etapa faz toda a diferença.

 

Impacto do seguro no valor total do empréstimo

Além de ser obrigatório, o seguro influencia diretamente no custo final do crédito. Em alguns casos, o valor da apólice é embutido nas parcelas mensais do empréstimo — o que parece vantajoso, mas pode encarecer o financiamento no longo prazo. Em outros, o pagamento do seguro é feito à vista, como condição para liberação dos recursos.

Quem vai contratar um empréstimo com carro quitado sem vender precisa colocar essa conta na ponta do lápis. Seguro é importante, sim — mas é mais um item que pesa no orçamento. E dependendo do perfil do carro (modelo, ano, região), o custo pode variar bastante.

Outro ponto relevante é entender se o seguro cobre apenas o período do contrato ou se será renovado anualmente. Se for renovável, o cliente precisa garantir que vai manter a apólice ativa até quitar o empréstimo. Em caso de cancelamento do seguro, a instituição pode considerar isso como quebra de contrato.

Ou seja: não basta pensar só nas parcelas do empréstimo. O seguro é parte integrante do pacote e precisa ser analisado com a mesma atenção.

 

O que acontece em caso de sinistro durante o contrato?

Se o carro for roubado, sofrer perda total ou qualquer sinistro coberto pela apólice, o primeiro passo é acionar a seguradora. Com a indenização aprovada, o valor é repassado à instituição financeira para quitar — ou abater — a dívida ativa. Isso tudo está previsto no contrato, e evita disputas judiciais desnecessárias.

Em geral, se o valor da indenização for maior que a dívida, a diferença é devolvida ao cliente. Mas se for menor, a dívida continua ativa e precisa ser paga com outros recursos. Parece óbvio, mas muita gente acredita que o seguro resolve tudo — e não é bem assim.

Outra situação comum é o atraso na quitação do seguro. Se o cliente não pagar o boleto da renovação, por exemplo, o carro fica descoberto. E em caso de sinistro nesse período, a responsabilidade recai sobre ele — mesmo com o contrato de crédito em andamento.

Por isso, manter o seguro regular e vigente durante toda a duração do contrato não é só uma exigência contratual. É, literalmente, uma proteção contra um problema maior no futuro.

 

Vale a pena contratar seguro com cobertura ampliada?

Depende. A cobertura básica já atende às exigências mínimas da maioria das instituições financeiras. Mas, se o cliente quiser ampliar as garantias, pode incluir itens como carro reserva, guincho 24h, danos a terceiros, assistência residencial — tudo isso vai encarecer a apólice, claro, mas também traz mais comodidade.

Quem depende muito do carro no dia a dia — especialmente motoristas de aplicativo ou transportadores — pode se beneficiar de uma cobertura mais robusta. Afinal, qualquer dia sem o veículo pode representar perda de renda direta. E aí o seguro vira mais do que uma exigência, vira uma proteção real.

Mas atenção: essas coberturas adicionais não interferem diretamente no contrato de crédito. Ou seja, você não é obrigado a contratá-las, e a instituição financeira não pode exigir esses extras. A escolha é sua, desde que os itens obrigatórios estejam contemplados.

O ideal é avaliar o custo-benefício de cada item. E se o orçamento estiver apertado, comece pelo básico — e mantenha tudo regularizado. Afinal, a função principal do seguro nesse contexto é garantir que o carro esteja protegido como parte de um contrato financeiro maior.

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