Indústrias que viraram referência em automação residencial

Por Casa Protegida

13 de maio de 2025

Quando se fala em automação residencial, muita gente pensa logo em startups ou marcas de tecnologia de consumo. Mas o que pouca gente percebe é que, nos bastidores, muitas indústrias tradicionais foram as grandes responsáveis por transformar esse setor em algo confiável, escalável e cada vez mais presente na rotina das pessoas. Sim — estamos falando de fabricantes que começaram no B2B pesado e, aos poucos, se tornaram referência em soluções para casas inteligentes.

O movimento foi sutil no início, quase como uma expansão natural. Empresas com histórico em sistemas elétricos, automação predial ou controle industrial começaram a adaptar suas tecnologias para o ambiente doméstico. E o resultado? Produtos mais robustos, mais seguros e, muitas vezes, mais duráveis do que aqueles oferecidos por marcas nascidas no varejo. A expertise técnica virou diferencial competitivo.

Mas não foi só a tecnologia que fez essas indústrias se destacarem. O marketing também teve um papel central — reposicionando a marca, construindo autoridade e, principalmente, educando o mercado. Porque automação residencial não é só conveniência: é integração, eficiência e segurança. E isso exige comunicação clara, objetiva e técnica. O famoso desafio de simplificar sem simplificar demais.

Neste artigo, vamos olhar para alguns casos inspiradores. Indústrias que cruzaram fronteiras, saíram do universo corporativo e técnico, e conquistaram o consumidor final. E, claro, vamos entender o que elas fizeram de certo — em produto, em posicionamento e em marketing para o setor industrial.

 

Schneider Electric: da energia à inteligência

Com raízes fortes no setor elétrico industrial, a Schneider Electric soube muito bem fazer a transição para o universo da automação residencial. Seu grande diferencial foi justamente aproveitar sua autoridade técnica e transferir esse know-how para o ambiente doméstico. E fez isso sem tentar parecer algo que não era.

A marca manteve sua linguagem técnica, mas começou a falar de forma mais acessível. Criou linhas de produtos específicas para casas inteligentes — como os sistemas Wiser — e investiu pesado em integração com assistentes virtuais, como Alexa e Google Home. Resultado: credibilidade instantânea com quem já conhecia a marca e curiosidade de novos públicos.

Além disso, a Schneider apostou em parcerias com construtoras e arquitetos para colocar seus sistemas diretamente nas novas residências. Ou seja, em vez de depender do consumidor final para iniciar o processo, foi direto à fonte. Uma estratégia inteligente que ampliou seu alcance sem perder a essência industrial.

 

Legrand: simplicidade funcional e design aliado à técnica

Outra gigante que migrou com elegância do B2B para o B2C foi a Legrand. Conhecida por seus produtos de infraestrutura elétrica, a empresa francesa criou uma linha robusta de automação residencial, mantendo um forte foco em design e usabilidade. A premissa era clara: tornar o complexo, simples. E funcionou.

A Legrand conseguiu um equilíbrio raro. De um lado, oferece soluções técnicas completas, com integração via protocolos padrão do mercado. Do outro, apresenta esses produtos com uma linguagem amigável, interfaces modernas e uma experiência de usuário refinada. Tudo isso sem abrir mão da robustez que sempre a caracterizou.

Um diferencial importante foi o investimento em showrooms interativos e conteúdo educativo. Ao mostrar, na prática, como a automação transforma o dia a dia, a empresa aproximou o conceito técnico da rotina real do consumidor. Isso criou um laço emocional com a tecnologia — um elemento essencial para o sucesso nesse segmento.

 

Intelbras: tecnologia nacional com foco em acessibilidade

Enquanto muitos players focam no alto padrão, a Intelbras encontrou seu nicho ao democratizar o acesso à automação residencial no Brasil. Com histórico em segurança eletrônica e comunicação, a empresa entendeu que o mercado precisava de soluções mais acessíveis — mas sem perder em confiabilidade.

A estratégia da Intelbras foi clara: simplificar a instalação, baratear o custo e criar um ecossistema fácil de entender. O foco foi o consumidor final que busca mais conforto e segurança, mas sem querer (ou poder) gastar fortunas. Isso abriu espaço em um mercado que antes era limitado a nichos premium.

Além disso, a empresa investiu fortemente em suporte técnico e distribuição nacional. Estar presente em lojas físicas, grandes redes e comércios locais fez toda a diferença para atingir seu público. A combinação entre tecnologia, preço justo e presença territorial transformou a marca em referência para quem quer começar na automação residencial sem complicação.

 

ABB: integração industrial aplicada ao lar

A ABB é um nome respeitado no mundo da automação industrial. Mas o que pouca gente sabe é que ela também tem uma linha completa de automação residencial — e com o mesmo padrão técnico que consagrou a marca nos grandes projetos de infraestrutura. Esse “DNA industrial” virou um diferencial competitivo.

Os produtos da ABB são voltados para quem quer automação de alto desempenho: integração entre sistemas elétricos, controle remoto de iluminação, climatização, segurança e até gestão de energia. Tudo isso com foco em eficiência e sustentabilidade, dois temas que vêm ganhando espaço nas casas modernas.

O interessante é que, mesmo com soluções sofisticadas, a empresa encontrou formas de se comunicar com clareza. Usou uma abordagem mais consultiva, investiu em parcerias com integradores especializados e manteve uma estética técnica, mas elegante. Assim, atraiu um público exigente — aquele que quer algo mais do que “acender a luz por voz”.

 

Siemens: inovação de ponta com legado técnico

A Siemens talvez seja o melhor exemplo de como uma marca industrial pode se reinventar sem abrir mão de sua identidade. Com décadas de atuação em automação, energia e engenharia pesada, a empresa criou um braço focado em smart homes — e o fez com a mesma excelência técnica que sempre a acompanhou.

O diferencial está na integração. A Siemens aposta em ecossistemas completos, onde todos os dispositivos conversam entre si e com a infraestrutura da casa. A proposta é transformar a residência em um organismo inteligente, onde tudo se adapta ao comportamento do usuário — da iluminação à segurança, da climatização ao consumo energético.

Na comunicação, a empresa adota um tom sofisticado, mas acessível. Mostra aplicações reais, fala em eficiência, sustentabilidade e bem-estar. E reforça sua autoridade ao lembrar que “quem automatiza aeroportos e fábricas também sabe automatizar casas”. Um posicionamento de respeito — e com apelo real.

 

Lessons learned: o que essas indústrias têm em comum?

Apesar das diferenças de mercado, posicionamento e público, todas essas indústrias seguiram alguns princípios em comum na transição para a automação residencial. O primeiro deles? Levar a técnica a sério — sem tentar diluí-la. Em vez de “simplificar até ficar genérico”, elas optaram por explicar com clareza, mostrar aplicações e entregar soluções reais.

Outro ponto crucial foi o cuidado com o marketing. Nenhuma dessas marcas chegou onde está apenas com bom produto. Houve estratégia de posicionamento, adaptação de linguagem, criação de conteúdo educativo e, em muitos casos, parcerias com quem influencia a decisão de compra: arquitetos, integradores e construtoras.

Por fim, todas entenderam que o consumidor não quer só tecnologia. Ele quer segurança, conforto, eficiência — e isso precisa ser mostrado de forma tangível. Quando a tecnologia vira benefício prático, ela deixa de ser um luxo e passa a ser um investimento. E é aí que a automação residencial realmente decola.

Leia também: