Instrumentos em casa: como evitar mofo e ferrugem?

Por Casa Protegida

28 de abril de 2025

Ter instrumentos musicais em casa é uma delícia — seja pra estudo, gravação ou simples prazer. Mas, como qualquer item sensível, eles precisam de cuidados específicos pra se manterem em boas condições. Mofo e ferrugem são os dois vilões mais comuns e sorrateiros nesse cenário. Quando a gente percebe… já é tarde.

Esses problemas aparecem principalmente em ambientes úmidos ou mal ventilados. E não importa o valor do instrumento, se é novo ou antigo: todos estão sujeitos. Muitas vezes, um simples erro no armazenamento pode comprometer seriamente a durabilidade e até a sonoridade do equipamento. Triste, né?

A boa notícia é que dá pra prevenir tudo isso com medidas simples — e sem precisar investir uma fortuna. É mais uma questão de rotina e atenção do que de grana. Saber onde guardar, como limpar e o que evitar já é metade do caminho pra manter seus instrumentos impecáveis por anos.

Neste artigo, vamos explorar como diferentes tipos de instrumentos sofrem com esses inimigos invisíveis e o que você pode fazer pra afastá-los da sua música. Dicas práticas, rápidas e que funcionam na vida real — nada de teoria impossível de aplicar no dia a dia.

 

Cuidados com instrumentos de madeira

Madeira e umidade definitivamente não combinam. Violões, por exemplo, podem empenar, rachar ou desenvolver mofo em suas cavidades internas se forem expostos a ambientes úmidos por muito tempo. E mesmo os mais resistentes, como o violão takamine, precisam de cuidado constante.

O ideal é guardar o violão em um case rígido, com um sache de sílica gel dentro. Isso ajuda a controlar a umidade ao redor do instrumento. Evite deixá-lo perto de janelas ou paredes frias, e nunca o encoste diretamente no chão. Se possível, mantenha a peça num suporte elevado.

Ah, e nada de usar panos úmidos na limpeza. Um pano seco de microfibra já dá conta do recado na maior parte do tempo. Se o clima estiver muito úmido, vale até ligar um desumidificador no ambiente por algumas horas por semana. Simples assim.

 

Ferrugem e oxidação nas cordas

Já a guitarra tem outro tipo de inimigo: a ferrugem nas cordas, trastes e parafusos. A exposição à umidade e até ao suor das mãos pode acelerar esse processo. E uma vez que a oxidação começa… não tem volta. O jeito é trocar a peça — e isso pode ser um gasto recorrente se você não cuidar direito.

A dica de ouro é sempre limpar as cordas depois de tocar. Um pano seco ou até lenço de papel já remove boa parte do suor acumulado. Existem também produtos específicos para isso, que ajudam a prolongar a vida útil do metal. Outra dica é guardar a guitarra em um case fechado, longe de variações bruscas de temperatura.

Parafusos enferrujando? Tente aplicar uma gota de óleo lubrificante específico para instrumentos. Mas cuidado com excessos — nada de molhar o instrumento. Um cotonete pode ser o aliado perfeito pra aplicar só onde precisa.

 

Teclados e a umidade invisível

Mesmo eletrônicos como o teclado musical casio sofrem com a umidade. O problema aqui não é tanto o mofo visível, mas a oxidação interna dos circuitos. Placas corroídas perdem a capacidade de funcionar corretamente e, dependendo do caso, é quase impossível reparar.

Por isso, evite deixar teclados perto de janelas abertas, cozinhas (onde o vapor de água circula) ou em locais que sofrem com mofo. Se possível, guarde o equipamento com capa protetora, mesmo dentro de casa. E não use capas plásticas se o local for muito quente — elas podem “abafar” o instrumento e gerar condensação.

Outra boa prática é ligar o teclado regularmente. Isso ajuda a manter os circuitos em atividade e reduz o risco de deterioração por inatividade prolongada. Em ambientes muito úmidos, colocar um potinho com carvão ativado ou sílica gel por perto pode ser uma solução eficaz.

 

Manutenção de modelos profissionais

Teclados mais robustos, como o teclado Yamaha, exigem cuidados ainda maiores. Além de mais pesados, eles possuem mais circuitos, conexões e botões — tudo sensível ao clima. E a perda de uma única função, como um knob ou uma saída de áudio, já atrapalha bastante a performance.

Nesse caso, a limpeza deve ser mais criteriosa e periódica. Aspiradores manuais, pincéis de cerdas macias e panos antistáticos são ideais pra remover poeira e umidade leve. Nada de álcool ou produtos abrasivos, que podem manchar ou corroer os contatos.

Se for ficar muito tempo sem uso, vale embalar o teclado em um tecido respirável e, novamente, armazenar sílica ou carvão por perto. E sempre que possível, ligue o equipamento pra manter os componentes ativos — isso evita aquele famoso “efeito surpresa” de botão que para de funcionar do nada.

 

Discos e agulhas: mofo no som

Os amantes de vinil sabem bem: mofo e poeira são os piores inimigos dos discos. E um toca disco também sofre, viu? Poeira acumulada pode grudar na agulha, prejudicar a leitura e até danificar o disco. Já o mofo aparece quando os discos são guardados em capas mal ventiladas, especialmente se forem de papel.

A solução? Armazenar discos em capas plásticas internas, usar suportes verticais (nada de empilhar!), e manter o toca-discos sempre limpo. Um pincel antistático, uma flanela de microfibra e um líquido específico já resolvem a maior parte dos problemas.

O ambiente também conta: nada de deixar os discos num quarto abafado, úmido ou sem circulação de ar. Uma estante bem iluminada, com um pouco de ventilação, é o melhor cenário. Ah — e evite guardar os discos perto de janelas com luz solar direta. O calor pode deformar o vinil e arruinar sua coleção.

 

Dicas extras que funcionam pra qualquer instrumento

Independente do tipo de instrumento, algumas dicas funcionam pra todos. Primeira: invista num higrômetro. Esses aparelhinhos medem a umidade do ar e ajudam você a saber se o ambiente está saudável para seus equipamentos. O ideal é manter entre 40% e 60% de umidade relativa.

Segunda: ventile o espaço. Deixar portas e janelas abertas por algumas horas por dia já renova o ar e ajuda a combater o mofo. Se isso não for possível, use ventiladores ou exaustores pequenos. E se o problema for sério, considere um desumidificador portátil.

Por fim, crie uma rotina de inspeção. Olhe, limpe e teste seus instrumentos regularmente. Isso ajuda a detectar qualquer sinal de mofo, ferrugem ou oxidação antes que o problema se agrave. Com cuidado e carinho, seus instrumentos vão durar muitos anos — prontos pra tocar sempre que você quiser.

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